domingo, 4 de agosto de 2013

A ficha falsa que virou manchete


A Folha publicou em 5 de abril de 2010, ano de eleições presidenciais, uma notícia com destaque em sua capa, exibindo um "documento" que comprovava que a pré-candidata Dilma Rousseff integrara um plano para sequestrar o então ministro Delfim Netto. O jornal apresentava uma "ficha" da então ministra-chefe da Casa Civil que não passava de uma farsa mais vagabunda que as iguarias de camelôs da 25 de Março, fabricada tal qual uma montagem-meme do mundo digital. Só 20 dias depois e com quase nenhum destaque, o jornal admitiu a "barrigada" (ou, o erro crasso), num pequeno texto que dizia: 

"A Folha cometeu dois erros na edição do dia 5 de abril, ao publicar a reprodução de uma ficha criminal relatando a participação da hoje ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) no planejamento ou na execução de ações armadas contra a ditadura militar (1964-85). O primeiro erro foi afirmar na Primeira Página que a origem da ficha era o ‘arquivo [do] Dops’. Na verdade, o jornal recebeu a imagem por e-mail. O segundo erro foi tratar como autêntica uma ficha cuja autenticidade, pelas informações hoje disponíveis, não pode ser assegurada -bem como não pode ser descartada."

Ou seja, no caso da ficha falsa da Dilma, sem checar a veracidade do que recebia via e-mail, o jornal publicou e com destaque, atitude bem diferente do que ocorria até a semana passada, quando a Folha, mesmo havendo uma investigação aberta e documentada, poupou os políticos do PSDB nas denúncias de cartel do metrô por "falta de prova"  (era o que a ombudsman justificava em e-mail através do qual conversei com ela). 

Dois pesos, duas medidas. E nenhum jornalismo.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

A Globo engolindo sapo


Um dos poucos episódios em que a Globo teve de engolir um sapo enorme e indigesto foi o direito de resposta que a emissora teve de ler para seus telespectadores, em pleno horário nobre, pelo então apresentador do Jornal Nacional, Cid Moreira. A ação, movida pelo ex-governador do Rio, Leonel Brizola, após constante perseguição do grupo de comunicação da família Marinho, foi deferida pelo Justiça em uma atitude também rara do Poder Judiciário brasileiro diante da poderosa Vênus Platinada.

A "ditabranda" da Folha


Ao analisar governos da América Latina em editorial, a "Folha de S. Paulo" dizia, em fevereiro de 2009, que o Brasil teve uma "ditabranda", ou seja, uma ditadura amena. O termo gerou indignação entre leitores e, inclusive, um protesto em frente à sede do jornal, na região central de São Paulo. Entretanto, a postura da Folha foi condizente com seu apoio ao regime ditatorial, sendo inclusive acusada de emprestar veículos ao regime. O jornal só entrou no coro por democracia quando as Diretas Já explodiam pelas ruas.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Veja escandaliza doença de Cazuza

Em 1989, Veja aproveitava a doença de Cazuza para fazer sensacionalismo em sua capa, estampando uma foto cadavérica do cantor e decretando sua morte ao manchetar "Cazuza, uma vítima da Aids agoniza em praça pública". Cazuza ficou perplexo ao ver a revista, chegando a ser hospitalizado. A repórter que fez a entrevista com ele (e o convenceu a falar sobre si), ao constatar a forma como a edição tratou seu trabalho, demitiu-se

terça-feira, 16 de julho de 2013

O Globo comemora o golpe militar

O Globo, um dia após o golpe militar brasileiro de 1964: "Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas, independentemente de vinculações políticas". Seria um gigante acordando? Para quê?